Antes de me deitar, olhei para um livro que me ofereceram. Que me trouxe recordações, e nele estava um poema que vos quero transcrever na íntegra.
Pois cada palavra é uma verdade.
Cada verso, é um sentimento.
Cada quadra, um sintoma.
A verdadeira mão que o poeta estende
não tem dedos:
é um gesto que se perde
no próprio acto de dar-se
O poeta desaparece
na verdade da sua ausência
dissolve-se no biombo da escrita
O poema é
a única
a verdadeira mão que o poeta estende
E quando o poema é bom
não te aperta a mão:
aperta-te a garganta
De: Paul Celan, in: "O Pavão Negro" de Ana Hatherly
2 comentários:
Fico feliz por saber que o livro k te ofereci marca presença na cabeceira... :D
Espero k encontres nele mais versos cheios de sentimento...
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Aperta a garganta... E o coração... E depois queremos dizer tudo mas não conseguimos. E parece sempre que deviamos ter passado mais qualquer coisa!
Realmente a Susaninha tem jeito pa escolher livros! =)
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