sexta-feira, 25 de julho de 2008

Lembras-te...?

Lembras-te do dia em que nos vimos?
Da primeira vez em que nos cruzámos?
De no teu olhar, encontrar uma resposta sem perguntar o que fosse.
Lembraste das conversas misturadas com risos trocados,
De horas sem fim,
De mensagens,
telefonemas,
De dúvidas marcadas,
De amores esvaidos, em dor e saudade.

Tu sabes e conheces-me.
Eu conheço-te como ninguém te conhece.
Não preciso de te ter, eu sei...
O que sentes,
Antes de saberes que sei,
O que sei que tu sabes que sei.
Tudo. O que é teu,
o teu mais infimo segredo, é meu.
Pertence-me,
guardado nas profundezas do coração.
Nos labirintos da memória,
escondidos no meio do tudo,
Fingindo serem nada.

Tu sabes bem quem sou,
sabes bem o que sou.
Eu sei o que és,
Sei bem quem és.

Para ti, Rita.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Refúgio...

Se o meu último refúgio foi no teu peito,
Nos teus beijos, no calor das tuas palavras,
No carinho e no amor que por mim nutrias
De palavras ardentes
No nú corpo quente, jaziam.

Cinzas, cinzas de paixão,
Cinzas de ilusão,
Cinzas de amor
Cinzas de rancor
De dor…
De saber que és mulher, e mais do que isso,
De seres,
Muito mais do que isso.

Nesse teu corpo delgado,
Nascido do berço da Lua,
Filha, dum sorriso do Sol
Olhas com indeferença
Quem por ti passa e te admira.

Cada poro do teu corpo, transformado em desejo
Veneno. Doce bebereijo.
Oh doce glória,
Oh amor sem história.
Fui rei, fui mendigo, pedinte sem hora
Do amor que jaz agora.

Vem, traz-me amor sem glória.
Profana vontade
Morre,
Moribunda no coração destroçado.
Vive,
Em memórias da juventude.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

(Que nome lhe dou?)

Quebro na música do corpo
Sons que o silêncio não traz
Músicas que não sei ouvir
Derramo lágrimas que não sei bem porquê
Nem sei bem porque as choro.
Disse muitas vezes que esta noite seria a última.
Amanhã, talvez…

Trago-te nas músicas
Num talvez
Num amanhã que foi hoje
Num hoje que foi ontem
Lembranças de beijos falados
De conversas em letras de Amor
De perfumes em artigos usados.

Deixo-me ir no balanço da música
Que a Morte na porta por mim espera.
O Amor nem sempre espreita,
Deixa um aviso.