domingo, 29 de março de 2009

Impunidade Cigana...

Tinha de postar isto, porque uma amiga foi agredida face à impunidade dos ciganos que vivem nesta cidade.

"Na minha cidade vivem dezenas de ciganos.
Destes, 99% não cumprem qualquer regra de civismo, educação e higiene.
Alguns andam em carros de alta cilindrada e há também aqueles que se deslocam de carroça e burro.
Apesar dos diferentes meios de locomoção nada mais os distingue.
Os ciganos da minha cidade são temidos pela maior parte da população.
Já tive vários episódios com esta comunidade e hoje tive aquele que espero ter sido o último da minha vida.
Há anos atrás, recordo-me de ir ao mercado quinzenal, onde esta gente abunda, com a minha mãe e com o meu filho mais velho que na altura não teria mais do que 5 anos. Um ciganito deu-lhe uma chapada ao que reagi dando um grito à criança que logo cedo mostrou bem o sangue que lhe corria nas veias. Não olhei À minha volta para pensar que, ao estar no meio deles poderia ter problemas, mas naquele momento aprendi que eles temem quem lhes faz frente.
Anos mais tarde, num supermercado, um cigano velho, enorme, todo vestido de preto e com umas barbas que amedrontava qualquer um, tentou passar-me à frente ao que lhe disse que não permitia isso. Olhou-me nos olhos mostrando todo o ódio que tinha dentro de si, mas não reagiu.
Hoje foi diferente. Hoje constatei que em 15 minutos aprendi mais sobre mim, sobre o comportamento humano e sobre a solidariedade que em muitos anos de vida.
No Pingo Doce fui apenas comprar café, pão e manteiga. À porta reparo que estava estacionada uma carroça. Achei incrível que esta situação fosse possível em pleno século XXI e curiosamente tirei uma fotografia. A passagem pelos corredores foi rápida pois as compras eram poucas e dirigi-me à caixa. À minha frente tinha apenas uma pessoa. Quando estava na minha vez vejo voar-me à frente dos olhos um pack de lenços de papel, olhei para trás e vejo que era uma cigana com alguns 60 anos, com um bebé ao colo, seguida de mais duas mulheres que mais tarde venho a saber que são filhas. Seguro nos lenços de papel e puxo-as para trás dizendo “desculpe mas não passa à minha frente”. E ao virar-me toco-lhe ligeiramente no braço ao que logo me gritou dizendo que a tinha agredido. A família, entre homens e mulheres seriam à vontade 7 ou 8 que logo me cercaram e eu, teimosa, firme e hirta, disse que não tinha agredido e que à minha frente não passava. A rapariga da caixa, tremendo, olhava para mim de lágrimas nos olhos, sem saber o que fazer e eu dizendo para fazer a minha conta. No meio da gritaria à minha volta, do rasgão que tenho no peito quando a velha cigana me puxou o pescoço e das ameaças de morte certo é que não passou à minha frente. A solidariedade dos que estavam nesse momento do supermercado foi louvável, em que até uma senhora com os seus 70 anos, se aproximou para me dizer que ia chamar a polícia foi agredida. Ninguém quis que eu saísse até que a carroça desaparecesse ao fundo da rua. Disseram que me matavam quando me vissem. Disseram que me marcaram e que uma doença má ia recair sobre a minha família. São coisas sem sentido e sem consequência mas a verdade é que se me tivessem apanhado na rua naquele momento, no calor da discussão, era certo que eu não ficava apenas com esta marca no peito.
Foi um acto de coragem disseram todos os que ali estavam. Acrescentaram que se todos lhes exigíssemos respeito nada destas coisas se passavam. Chegada a polícia dei conta do acontecimento. Foram à procura da carroça. Presentemente nem me interessa se os encontraram. Agora, meia hora passada esse momento sei que o meu acto foi inconsciente. Qualquer um deles podia ter-me esfaqueado ali mesmo. Certo é que nunca mais me vou esquecer daqueles rostos e o reverso também é uma realidade." Madalena Palma

segunda-feira, 23 de março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

Estou...

entusiasmado, depois digo-vos porquê.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Por vocês...

Hoje tinha de ser. Por força de quem me quer bem, por força de quem se preocupa comigo. Por quem acredita no poeta que existe, aqui. Os tempos não são fáceis e a paciência para escrever, ainda menos. Mesmo assim, faço-o pela Susana, pela "Sol"(ange), pela minha irmã, e por todos aqueles que acreditam em mim. Se me perguntaram porque é que não escrevo ou porque é que estou assim, só vos posso dizer que não sei. Estou a tentar encontrar-me e descobrir-me. Está a ser difícil. Nunca nada é fácil, e nada se faz sem lutar. E é isso que já é difícil, lutar. Não quero parar de lutar, mas quando somos só um a lutar contra tudo o que venha a ter connosco, aí, o peso do mundo é outro. É maior e mais pesado. É angustiante e mais dificil de respirar o ar e pensar.

Obrigado a elas.

"Quando penso que já não tenho armas pra lutar,
Quando as forças me faltam e não me consigo levantar,
Oiço lá ao fundo, vozes de quem grita vitória, ou luta a morrer.
São vocês, sem saber, minhas armas pra lutar, os escudos que vou precisar.
Para a liberdade, viver.
Saborear a vida e amar."

Esta, saiu-me...