sábado, 27 de março de 2010

Poema ao Inconsolável

Se fosse mentira o que sinto,
Não escrevia o que digo,
Rasgava o que dizia do peito até à boca,
e enterrava na terra o que pensava que diria.

Há sensações que doiem e queimam ao terem nome,
Umas porque sabemos como as são outras porque não as temos.
Umas porque já as tivemos, mas mesmo assim teimamos insistentemente
em tê-las perto de nós, como a amar uma doença que não temos
mas que sabe tão bem ter uma droga tão perto
aconchegando a dor de um rosto desfeito,
de uma pele enrugada,
de um coração que bate por bater,
Ora de saudade, ora de frio.
Sem saber meio como nem porquê.

É a merda de estar doente e não saber o que fazer.
É a palavra que não saí e deixa sair o que não sente.
É a mão que não sabe o que há-de escrever mas que a mente não mente.
É a vida que dói e não passa.
Nem para trás, nem para a frente.
Estagna.
E a vida, estupidifica.

"Só Mais Uma Volta"

terça-feira, 23 de março de 2010

Ao luar...

Lacaia, perdida, minguava.
Das noites fazia Dia
Dos dias fazia Noite.
Da noite, chorava inconsolada
Com a vida que não queria.
De dia, sonhava.
Em ser princesa por um dia.

Um cavaleiro em crescente,
Exasperava,
Num beijo, fulgorante,
em noite de Lua cheia.
De coragem, na bagagem,
Homem feito. Em falsete se lembrava,
O quanto lhe custava,
Ser cavaleiro, sem dinheiro,
À mulher que amava.

- "Mas...não é o amor que importava?"
-"Bem, talvez. Não sei..."
-"Será que isso importava?"

Na luz...

Sob a luz, de uma criança,
Nasce uma Família.
No olhar de uma criança,
Está,
O futuro de uma geração.
De uma ideia concebida,
Que se viu nascida,
Sozinha
Entre os braços
de uma criada.
Era uma outra vida que se criava.

quarta-feira, 10 de março de 2010

De flor a Mulher...

No prazer do corpo de uma Mulher,
Encontro a flor da Juventude.
Na penitência, a razão do amor,
A alegria de viver
a angústia e o fulgor
como um amor deve ser.
Na Liberdade, um cravo e uma viola a acompanhar
O Renascimento desse amor.
O lugar, que onde pertence ao nascer.