sábado, 29 de novembro de 2008

Memories...

Nunca soube o que fui para ti. O que fui? O que sou? És capaz de me o dizer?
Esqueceste-me? Perdeste-me nas tuas memórias? Lembraste das juras que te fiz?
Recordas-te dos beijos que trocámos? Das noites que não te deixei dormir? Das mensagens que te mandei? Das noites que não dormi, por ti. Por mim.
De tudo o que perdi, porque vivi pensando em ti.

Não sabes o que é acordar e não estares ao meu lado, do meu lado. O teu cheiro no meu peito, a tua voz no meu ouvido, os teus cabelos na minha boca. Queria tudo de volta. De novo. Mas não desejo, nem quero, o mesmo sonho de ontem, igual ao de amanhã.

Deitei fora tudo o que tinha. De ti, de mim, de nós.
As juras, as promessas, e as ilusões.
As noites sem dormir,
os dias perdidos a pensar em ti.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

"Warwick Avenue..."

À Noite...

(Continuação de "Nas Escadas...")

Fui buscar-te a casa, como sempre. Saímos, para ir beber um café. Tu, bem produzida, filha da beleza, ou dos meus olhos que assim te vêem. De mãos dadas, conversámos sobre tudo, sobre nada. Entrámos no café, que já nos habituámos a ir, não sei bem porquê, não sei bem como. Vamos, porque é o mais perto e onde mais gente vai, casais, como nós, à procura de um conforto no perfume de um café, ou nas faces dos outros, assim, como nós, enamorados. "Será?" Penso eu, para mim.
Trocámos olhares e beijos, beijos e olhares. - "Boa noite, café?", pergunta o rapaz do café que sempre nos atende. -"Sim, se faz favor. São dois." - "Mas hoje, apetece-me um chá...um chá de camomila. Pode ser?", disse ela.
-"Então é um café, e um chá de camomila.", certifica-se o rapaz do pedido.
-"Exactamente.", respondi eu.

Café tomado, chá bebido, fomos a pé até à tua casa. Da tua casa, fomos para o carro, estava um frio de rachar na rua, que nem o calor que emanava das nossas mãos, quebrava o frio do vento de Inverno. Fomos passear, até ao bar mesmo ao pé da casa da Margarida. A Margarida era uma amiga comum. Loira, de corpo escultural, olhos verdes penetrantes e lábios que pediam a um comum mortal, violar o desejo de um deus qualquer. Já ela estava à nossa espera à porta da casa dela. Fomos ter com o
Tiago, namorado dela, amante dos desportos radicais, fanático do Benfica, mas "aquele Nuno Gomes...é que não!", diz ele sempre que o Benfica está a perder.
Todos juntos dentro do carro, falamos do azar do Benfica e da azelhice do Sporting, da sorte do Porto e do Queiróz ser uma uva já mais do que espremida na Selecção.
Elas, claro, reviram e reviram os olhos com as "nossas" conversas. -"Não têm mais nada pa falar?" Sempre a mesma coisa. Falem de coisas mais...interessantes." disseste tu. -" Sim, moços. Falem de coisas mais interessantes." Diz a Margarida reforçando a mesma ideia. -"Então falamos do quê?". De gajas??". Não dá muito jeito falarmos de gajas estando vocês aqui né!" digo eu, meio a brincar.
-"Não, né! Mas podiam falar de outras coisas, que não fosse futebol ou gajas". Diz a Margarida já um bocado aborrecida com a conversa. -"Epa, pronto...falamos do "Barraca Ó bama", diz ele a tentar suavizar o ambiente.
Chegámos ao destino: Bar. Fomos até ao bar do Filipe, e está lá a malta toda. Eles e elas. Já todos com o seu copito na mão e é uma festa quando nos vêem a chegar. (Não preciso de dizer que quando a M. chegou, toda a gente ficou de olhos arregalados. Até houve piropos, elogiando os atributos...físicos). -"Guidinha, foste hoje ao ginásio?". Pergunta o Daniel, muito sério.-" Não, porquê?", responde ela, perplexa.
-" É que tens cá uma peitaça...!" diz ele, já se rindo da resposta que deu e de toda a gente que tinha à volta dele a rir também da maneira cómica como fez a pergunta, e da resposta que obteve. Um valente chapadão.
Não sei bem se tinha pena, ou me ria do que ali se tinha passado...
Dali, a uns copos de Licor Beirão, fomos para a Discoteca. A noite, prometia.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Camões...

Que da Lusitana praia Taprobana,
Vieram aqueles, que mil histórias fizeram
e alcançaram, a glória infame, de se ser Português.
Ao homem que escreveu ao falar, a História de Portugal
e seus feitos alcançados,
lá para os lados da Esperança.

Histórias de ninfas, e imaginações,
Todos por Camões. Homem, sede e mar,
Caneta, amor e Pátria.
Canções, outras mil, de Portugal.
Verte, nome eterno,
Camões, homem de termo incerto.
Na morte ferida,
Repousou, em morada eterna,
Lisboa, sua capital
Moradia: Panteão Nacional.
Camões,
Herói, e poeta.
Não há outro igual,
Só Pessoa, o persegue no final...

"Viva la Vida..."

2...

Quem diria...2 anos. 2 anos que ando a escrever, aqui, neste lugar, neste cantinho só meu, vagueando por letras, poemas e lugares. De histórias, músicas e pensamentos. 2 anos de dúvidas, algumas certezas e ilusões. Porque essas, também existem.
2 anos passaram tão depressa que parece que ainda foi ontem que postei o primeiro post. O primeiro de muitos, uns escritos à mão, como antigamente, outros nem por isso. Vinham e vêm, muitas vezes, como que por magia, na ponta dos dedos, a pedir a cada letra, a cada palavra que a solte para se puder compôr, em linhas poéticas, todas, originais.
A todos. A eles e principalmente a elas, que me leêm, o meu muito obrigado. Porque isto só tem graça se vocês, desse lado, tiverem alguma para me dizer.

Beijos e abraços,
Miguel Almeida

domingo, 2 de novembro de 2008

Nas escadas...

Fiquei à espera, nas escadas do teu prédio que viesses.
A noite estava fria. Como sempre é no Inverno alentejano. Estavas cansada, vinda do trabalho, mas continuavas linda. Olhos semi-cerrados, boca pequena sorridente, corpo cuidado, mãos bem tratadas. Vaidosa.
Vi-te através do vidro do prédio e um sorriso meio forçado saiu. Não quis perguntar porquê, aceitei o beijo que vinha depois, um afago no rosto e uma "boa noite", veio de seguida. Contaste-me o teu dia, os clientes que tinhas aturado, os trocos que não tinhas ou as "boas tardes" que ninguém te dava.
- "É o teu trabalho, é isso que tens de aturar. Não é fácil, mas se precisas de dinheiro é assim que tem de ser".
Sentada o dia inteiro. No mesmo local, a ver o dia a passar, a noite a vir, mil caras a passar sem um "bom dia" para dar, sem uma "boa noite" para oferecer.
Sentámo-nos à porta da tua casa, nas escadas do teu prédio, foram dos melhores 15 minutos que se podem ter. Colados por causa do frio. Lábios beijando outros lábios, dois narizes que se encontram, cheiros que se misturam. É o perfume dos teus cabelos ou o sabor da tua boca.
Olhos levemente fechados. Repetimos várias vezes a mesma poesia ao beijar.
Um breve "até já". Depois de jantar, talvez um café.
- "Se não tiveres cansada, vejo-te nas escadas". - "Beijo".

(To be continue...)